FAMÍLIAS DE ACOLHIMENTO

Procuram-se famílias para acolhimento de jovens de todo o mundo que chegam a Portugal em Setembro

Famílias que tenham disponibilidade e interesse em acolher um estudante durante um ano lectivo podem candidatar-se para receber um dos mais de 60 jovens de todo o mundo que chegam a Portugal em Setembro próximo.

A delegação portuguesa da AFS (American Field Service) está à procura de famílias, "pois alguns dos jovens ainda não têm acolhimento definido", explicou Hugo Vieira, assistente de programas, acrescentando que "a cada família só se pede que dê aquilo que é".

"Não há condições económicas mínimas estabelecidas, a família pode ser constituída por apenas um membro e, no caso de se tratar de um casal, não se exige que tenha filhos", esclareceu a mesma fonte, indicando que apenas se pede "estabilidade emocional".

De acordo com a Intercultura AFS Portugal, uma família de uma zona rural tem tanto para oferecer como uma família da cidade e não é necessário que o agregado saiba falar línguas estrangeiras, pois "a experiência até mostra que os estudantes acolhidos por famílias que só falam português aprendem esta língua muito mais rapidamente".

As famílias também não têm que assumir todos os encargos com o novo elemento - "que deverá ter um estatuto de familiar e não de hóspede", como sublinha a AFS -, pois a associação que promove o intercâmbio assume as despesas com as matrículas, os livros escolares e as refeições e transportes no âmbito da vida estudantil.

"Para a família que acolhe e para o estudante que se desloca, estas formas de intercâmbio não se medem em valores monetários, mas propiciam um importante acréscimo cultural, pelo que algumas famílias fazem acolhimentos por vários anos", afirmou Hugo Vieira.

Algumas famílias não só recebem jovens como enviam elementos do agregado para que vivam uma experiência similar no estrangeiro, em países como a Dinamarca, Reino Unido, Canadá, Holanda, Noruega, Alemanha, Itália, Suíça, Japão, Nova Zelândia ou Estados Unidos.

A Portugal têm chegado jovens da Argentina, Costa Rica, Chile, República Dominicana, México, Colômbia, Bolívia, África do Sul, Nova Zelândia, Rússia, Tailândia, Islândia, Hungria, Noruega, Dinamarca, Finlândia, Áustria, Holanda, EUA e "este ano também da China e da Indonésia", segundo o assistente de programas.

O Programa Anual AFS, de índole académica, está aberto a estudantes dos 15 aos 18 anos, com aproveitamento escolar e o nono ano completo à data da partida, e que não apresentem grandes problemas de saúde ou emocionais.

De acordo com os critérios da AFS, "são também essenciais a flexibilidade, sociabilidade e motivação para aprender com experiências diferentes", já que o objectivo é dar a conhecer ao estudante "outros modos de vida, valores e comportamentos".

A American Field Service, que este ano assinala o 50º aniversário da sua presença em Portugal, começou nos EUA com um grupo de jovens condutores de ambulâncias que transportavam feridos durante a Primeira Grande Guerra Mundial, após o que ficou suspenso.

Com o início da Segunda Grande Guerra, o serviço voltou ao activo, tendo os condutores de ambulâncias considerado que, no fundo, as pessoas em lados opostos do conflito não eram assim tão diferentes, sendo a intolerância e a incompreensão os seus principais problemas.

Assim nasceu o desejo de proceder a permutas que permitissem um melhor conhecimento das várias culturas e incitassem assim à paz entre as nações, tendo-se os primeiros intercâmbios registado dos EUA para a França e a Alemanha, já com estudantes.

17.07.2006

 

Data de introdução: 2006-07-17



















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