PADRE LINO MAIA

Há perto de 300 IPSS em risco

O presidente da CNIS está profundamente preocupado com as dificuldades financeiras por que passam muitas Instituições Particulares de Solidariedade Social. "O panorama é muito, muito complicado e devo falar que das 2.700 instituições que estão filiadas na CNIS, não exagero se disser que 10% estão com muitíssimas dificuldades, algumas correm mesmo sérios riscos, mas vamos evitar que haja colapso", adiantou o padre Lino Maia, na apresentação do estudo "As Instituições Particulares de Solidariedade Social num contexto de crise económica", promovido pela Confederação Nacional de Instituições de Solidariedade.
O líder da CNIS referiu ainda que as medidas do PES "não são de visibilidade imediata", garantindo que a sustentabilidade das instituições está a ser assegurada, apesar de admitir que existem algumas "em sérias dificuldades".
O responsável máximo da CNIS aproveitou para defender que o futuro destas instituições passa, não pela fusão, mas pela complementaridade, lembrando que têm uma certa tradição de autossuficiência. "Penso que o caminho não é propriamente esse, mas sim complementaridade. Umas instituições terão recursos humanos que podem disponibilizar a outras instituições, outras terão meios de transporte que poderão disponibilizar, equipamentos, lavandarias, etc", apontou, acrescentando que na mesma localidade talvez não haja necessidade de ter várias instituições a responder ao mesmo tipo de problemas.
Também presente na apresentação do estudo, em Lisboa, o ministro da Solidariedade e Segurança Social defendeu a construção dum novo paradigma de resposta social e garantiu que as medidas do Programa de Emergência Social (PES) têm ajudado a garantir a sustentabilidade das instituições de solidariedade social. Pedro Mota Soares defendeu a importância que “o Estado saiba, com as instituições sociais, construir um novo paradigma de resposta social. Algo que vá além do tradicional «wellfair public sistem» (sistema público de saúde), algo a que outros já chamam um «wellfair partnership sistem» (sistema de parcerias na saúde) e é por aí que nós queremos seguir", disse perante uma plateia com algumas dezenas de pessoas. Na opinião do ministro, as "parcerias são fundamentais", apesar de admitir que "o Estado não pode abdicar de muitas das suas responsabilidades".
Pedro Mota Soares aproveitou para salientar que "as instituições sociais são fundamentais", porque combatem a exclusão social e contribuem para o desenvolvimento do país, lembrando que são responsáveis por 5,5 por cento da riqueza gerada e que empregam cerca de 250 mil pessoas.
Mota Soares aproveitou para lembrar que, se o Governo não tivesse implementado muitas das medidas incluídas no PES, "as instituições estariam numa situação de enorme dificuldade". "Temos a noção que todas estas medidas servem exatamente para garantir a sustentabilidade às instituições sociais e quando o Estado dá algum apoio, para nós é muito importante trabalhar também a sua sustentabilidade", defendeu Mota Soares.

 

Data de introdução: 2012-05-02



















editorial

NOVO CICLO E SECTOR SOCIAL SOLIDÁRIO

Pode não ser perfeito, mas nunca se encontrou nem certamente se encontrará melhor sistema do que aquele que dá a todas as cidadãs e a todos os cidadãos a oportunidade de se pronunciarem sobre o que querem para o seu próprio país e...

Não há inqueritos válidos.

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Em que estamos a falhar?
Evito fazer análise política nesta coluna, que entendo ser um espaço desenhado para a discussão de políticas públicas. Mas não há como contornar o...

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Criação de trabalho digno: um grande desafio à próxima legislatura
Enquanto escrevo este texto, está a decorrer o ato eleitoral. Como é óbvio, não sei qual o partido vencedor, nem quem assumirá o governo da nação e os...