Crime ainda é a temática dominante sobre imigração

O crime continua a ser o tema principal quando se fala de imigração na comunicação social. Esta foi uma das conclusões da conferência "Media e Imigração", realizada na Representação da Comissão Europeia e que foi organizada por Rosário Farmhouse, Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural. Pedro Silva Pereira abriu a conferência e referiu que "o mundo talvez esteja hoje mais perigoso do que nunca para as políticas de imigração", sublinhando que deve haver um equilíbrio de parte a parte e o ónus da discriminação não deve caber apenas aos media.

Apesar de casos isolados de discriminação nos media em relação aos imigrantes, reconhecidos por José Alberto Carvalho, director de informação da RTP, Filomena Crespo, da Antena 1 e Rui Hortelão, director-adjunto do DN, houve abertura para que essas situações sejam reduzidas e eliminadas. Estes responsáveis falaram da sua experiência na TV, rádio e imprensa sobre a ética profissional no tratamento informativo da imigração, que constituiu o primeiro painel.

"Mais do que supervisão ou regulação, o melhor instrumento é o conhecimento [sobre as matérias relacionadas com a imigração]", afirmou Azeredo Lopes, presidente da Entidade Reguladora dos media. E a tónica sobre o conhecimento e a permanente formação dos jornalistas foi expressa por Marcelo Rebelo de Sousa, convidado do 2.º painel de debate. O professor universitário e comentador da RTP, considerou que "os media não têm sabido relacionar o facto de sermos um país de emigrantes com a imigração". E acrescentou ainda: "Vamos começar a conhecer um fenómeno determinante: Angola vai mandar em Portugal. Os angolanos vão ter supremacia em vários sectores da economia portuguesa. E este assunto deve ser trabalhado com pedagogia dentro da lusofonia e nos media". Marcelo Rebelo de Sousa propôs ainda que os media, nomeadamente as televisões comecem a tratar o assunto dos imigrantes nas suas telenovelas, concursos e reality shows.

António Vitorino, outro convidado para o debate, sublinhou que "os media têm um papel fundamental para desmistificar ideias feitas como a de que os imigrantes roubam trabalho aos portugueses. "Isso não é verdade. Os autóctones já não ocupam esses lugares", referiu.

Várias associações de imigrantes acusaram os media de darem notícias negativas e desvalorizando as positivas que envolvem as suas comunidades. Isabel Ferin, autora do estudo "Media e Imigração", sublinhou que a "formação e socialização dos jornalistas é muito importante".

Fonte: Diário de Notícias

 

Data de introdução: 2008-11-29



















editorial

SUSTENTABILIDADE

Quando o XXIV Governo Constitucional dá os primeiros passos, o Sector Social Solidário, que coopera com o Estado, deve retomar alguns dossiers. Um deles e que, certamente, se destaca, é o das condições de sustentabilidade que constituem o...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Agenda 2030 e as IPSS
Em Portugal é incomensurável a ação que as cerca de 5 mil Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) existentes, têm vindo a realizar.  As...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

A gratuitidade das creches entre o reforço do setor social e a privatização liberal
 A gratuitidade das creches do sistema de cooperação e das amas do Instituto de Segurança Social, assumida pela Lei Nº 2/2022, de 3 de janeiro, abriu um capítulo novo...