EDUCAÇÃO

Chumbos no 12º ano aumentam quase 20 por cento entre 1994 e 2004

O número de alunos que não concluíram o 12ºano por chumbo ou desistência aumentou quase 20 por cento entre 1994 e 2004, disparando desde a introdução dos exames nacionais, segundo dados divulgados pelo Ministério da Educação.

De acordo com o relatório "30 Anos de Estatística da Educação", a taxa de retenção e abandono no 12º ano passou de 29,6 para 49,4 por cento. O aumento verifica-se, sobretudo, a partir de 1995/96, ano em que foram introduzidos, pela primeira vez, exames nacionais obrigatórios para a conclusão do ensino secundário e ingresso no superior.

No ano seguinte, o número de chumbos aumentou mais de 11 por cento, estabilizando, a partir daí, em valores próximos dos 50 por cento. Na prática, metade dos alunos não consegue concluir o 12º ano. "O secundário ressentiu-se com uma quebra drástica da taxa de conclusão
[número de alunos que concluem um ciclo] por causa do efeito das retenções provocadas pela introdução de exames no 12º ano", sustentou o sociólogo Rui Santos, na apresentação do documento.

Na cerimónia, também a ministra da Educação afirmou não ter dúvidas do efeito das provas nas estatísticas do ensino secundário, mas considerou, contudo, que "a medida de política a tomar não é suspender os exames, mas intervir ao nível dos currículos".

"Pergunto o que se fez nos últimos dez anos, desde que há exames, para melhorar os resultados e não vejo aí medidas de política activa. O caminho é intervir ao nível dos currículos, uma vez que os exames são instrumentos essenciais de avaliação externa", adiantou Maria de Lurdes Rodrigues.

Considerando todo o ensino secundário e não apenas o 12º ano, isoladamente, a taxa de retenção e desistência passou de 21,3 para 32,1 por cento durante o período analisado.

Quanto ao ensino básico, o mesmo indicador caiu no primeiro ciclo, passando de 13,1 para 11,8 por cento, tendência contrária à verificada no segundo e terceiro ciclos, nos quais se registaram ligeiros aumentos, de 0,9 e 3,1 por cento, respectivamente.

De acordo com o documento estatístico, as escolas públicas apresentam taxas de retenção e desistência superiores às registadas nas privadas em todos os ciclos de ensino, chegando mesmo a duplicar no caso do ensino básico (12,5 por cento no público contra 5,5 no privado).

Por sexos, os rapazes chumbam mais em todos os anos de escolaridade, com uma taxa de retenção e desistência que chega a atingir o dobro da registada pelas raparigas no segundo ciclo, por exemplo.

02.02.2007

 

Data de introdução: 2007-02-02



















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