EUROBARóMETRO

Desemprego e pobreza são as principais preocupações

Os portugueses são os menos optimistas da União Europeia, sobretudo no que respeita ao desemprego segundo revela o Eurobarómetro divulgado em Lisboa.

Só a Hungria, com 44 por cento de cidadãos insatisfeitos em relação à sua vida em geral, bate o pessimismo dos portugueses. Quarenta e dois por cento dos húngaros mostram-se insatisfeitos.

Os idosos e as pessoas com menos educação são os mais pessimistas, de uma percentagem de cerca de 40 por cento de inquiridos que acha que a sua situação pessoal vai piorar nos próximos 12 meses, a maior percentagem registada nos 25 estados-membros.

Seguindo as previsões da OCDE que apontam para a subida do desemprego, os portugueses são "os menos optimistas da UE em relação à evolução do desemprego" no país e, consequentemente, os menos optimistas quanto à melhoria da situação financeira das suas famílias, revela a sondagem, efectuada em 30 países.

O desemprego é a preocupação principal de 63 por cento dos inquiridos portugueses, entre vários temas, numa questão de resposta múltipla destinada a verificar o que mais aflige os europeus.

A situação económica é eleita como prioridade por 42 por cento das pessoas em Portugal, seguida da inflação, com 32 por cento, áreas em que a preocupação expressa pelos portugueses excede a média dos outros cidadãos europeus.

Questões como o terrorismo, a insegurança e a imigração estão bem abaixo na lista das preocupações dos portugueses que contribuíram para a elaboração do Eurobarómetro e em níveis inferiores à média europeia.

Para os responsáveis pelo Eurobarómetro, estes resultados podem ser um reflexo da "crise económica", com outras questões a serem relegadas para segundo plano. Embora todos os cidadãos inquiridos nos 25 tenham a luta contra a pobreza, exclusão social e desemprego no topo das prioridades de intervenção da União, são os portugueses a dizê-lo com mais veemência.

Na média da União, 44 por cento dos inquiridos quer intervenção na luta contra a pobreza e 43 por cento no problema do desemprego, mas os portugueses exigem-no com mais empenho: 60 por cento em relação à pobreza e 59 por cento no desemprego.

Quanto ao Governo, Parlamento, partidos e tribunais, a maioria dos portugueses inquiridos continua a não confiar neles, uma tendência que se mantém constante desde 2003, mas que registou melhorias ligeiras em relação ao último Eurobarómetro, da Primavera de 2005. Oitenta por cento dos inquiridos portugueses afirma não confiar nos partidos políticos, mais cinco pontos do que a média europeia, mas apenas 63 por cento dos inquiridos em Portugal desconfia do Governo, contra 76 por cento da média europeia.

No que toca ao Parlamento, 52 por cento dos portugueses não confia, menos quatro pontos do que a média europeia. Sessenta e seis por cento dos inquiridos em Portugal também não confia no sistema judicial, menos um ponto do que a média europeia.

Na resolução dos problemas que os afligem, os portugueses acompanham a média europeia no que toca à defesa da partilha de soberania entre os estados-membros. Quanto à luta contra a insegurança, contra o terrorismo e à protecção do meio ambiente já são menos os portugueses que defendem a partilha de soberania entre os estados-membros.

23.02.2003

 

Data de introdução: 2006-02-25



















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