A 20 de outubro comemora-se o Dia Nacional da Paralisia Cerebral. Por iniciativa da Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral (FAPPC) e da Associação de Paralisia Cerebral de Guimarães (APCG) realiza-se um programa que visa assinalar esta data.
As atividades programadas pela APCG e FAPPC repartem-se pela vertente cultural e desportiva, assim como pela formação e informação sobre algumas das principais questões relacionadas com a Paralisia Cerebral. Esta será também a altura de se comemorarem os 25 anos da APCG.
Entre os dias 18 e 20 de outubro, Guimarães será o centro das comemorações que, como sempre e um pouco por todo o país, terão reflexo a nível de todas as associadas da FAPPC.
De recordar que a Assembleia da República instituiu, em 2014, 20 de outubro como o Dia Nacional da Paralisia Cerebral. Desde então, a organização das comemorações passou a ser da responsabilidade, em cada ano, de uma associada da Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral.
Do programa, destaque para uma sessão de Jogos com Barreiras (hoje), workshops, visitas ao centro histórico de Guimarães e a «Gala dos Afetos» (amanhã) e, no Dia Nacional da Paralisia Cerebral (20), a conferência «Inclusão social e o papel das organizações da sociedade civil» e ainda a sessão solene comemorativa da data.
Abílio Cunha, presidente da Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral, sublinha que, “mais do que uma data, há que se assinalar este assunto com a implementação de políticas efetivas, transversais e abrangentes”.
Sobre a paralisia cerebral – mais do que sobre a data –, Abílio Cunha realça que “as pessoas com paralisia cerebral ainda continuam a fazer parte dos milhões de seres humanos (pessoas com deficiência) que insistem e persistem em ‘desativar’ os trilhos padronizados”.
Números que representarão, quantificando, cerca de 15% da população mundial (segundo a Organização Mundial de Saúde). Mas de igual forma, o responsável da FAPPC lamenta que “estes 15% de pessoas continuem a ser impedidos de participar e de dar o seu pleno contributo”, destacando, como justificação, “a exclusão ou discriminação, por razões rápidas e simplistas, ancoradas no suposto ‘bem comum’... e tem uma certa tendência para esquecer os mais fracos ou os não padronizáveis”.
Em altura de comemorações nacionais, Abílio Cunha elenca, como “anseios para concretizar tão breve quanto possível”, o pleno exercício do direito de voto de uma forma secreta e autónoma, a “eliminação de bloqueios e preconceitos que impedem que alguns de nós não consigam aceder aos meios de subsistência garantidos pelo trabalho” ou, referindo um exemplo mais recente, “a redução no preço dos transportes públicos” e a implementação, no Programa de Apoio à Redução Tarifária (PART), “de soluções que contemplem referência à obrigatoriedade de acessibilidades nos transportes contratualizados”.
A Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral congrega 18 associadas sedeadas no território continental e nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores, representando cerca de 20 mil pessoas com paralisia cerebral e respetivas famílias.
Rui Barbosa (texto)
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