ASSOCIAÇÃO DO PORTO DE PARALISIA CEREBRAL

Festival internacional de teatro «Extremus» apostou na inovação e na provocação

Alguns dos principais palcos do Grande Porto receberam, entre 4 e 18 de maio, mais uma edição do «Extremus – Festival Internacional de Expressões na Música, Dança e Teatro”.
O evento é da responsabilidade da companhia «Era uma vez... Teatro», da Associação do Porto de Paralisia Cerebral (APPC) e contou um total de 21 atividades (entre peças de teatro, música, workshop, dança e conferências).
A 16ª edição do festival de teatro «Extremus», que decorreu no passado mês de maio, ficou marcado pela inovação e pela aposta em atividades complementares à arte de representar de (e para) pessoas com deficiência.
Um «workshop» serviu para contrariar a ideia de que “para a deficiência qualquer coisa serve” e a conferência «Arte Inclusiva para ocupar ou desocupar» foram os grandes destaques do festival internacional que teve o seu final na Biblioteca Municipal de Gondomar.
Mónica Cunha, coordenadora artística do “Extremus”, é linear quando se refere ao teatro inclusivo: “Temos que desmistificar junto dos profissionais da área da cenografia e do público em geral a ideia de que um grupo de teatro amador (com atores com ou sem deficiência) tem menos competências ou qualidades que os ‘ditos’ grupos normais”.
Para a coordenadora artística, o propósito é que “o Festival sirva para alertar, mexer com as consciências, pôr a pensar e dar a conhecer o trabalho das instituições e não só”, acrescentando: “Muito se faz de arte inclusiva em Portugal, mas às vezes fechamo-nos nas nossas capelas e não temos o cuidado de profissionalizar. E há profissionais disponíveis para colaborar e há muitos trabalhos bons e com qualidade”.
O Centro de Reabilitação da APPC, o Armazém 22 (Vila Nova de Gaia), o Auditório da Junta de Freguesia de Campanhã, o Auditório Horácio Marçal (Junta de Freguesia de Paranhos), a Biblioteca Municipal de Gondomar, a Escola Básica e Secundária do Cerco e o Mira Fórum (Porto) foram os locais que acolheram as inúmeras iniciativas do «Extremus 2019».
No total foram 21 iniciativas que preencheram o programa do «Extremus – Festival Internacional de Expressões na Música, Dança e Teatro», levando a palco companhias e grupos de teatro com atores com e sem deficiência. Peças de teatro, música, oficinas, espetáculos de dança e conferências foram as propostas da 16ª edição.
A conferência realizada a 18 de maio – e que teve como mote a “ocupação/desocupação” – serviu ainda de base ao festival.
“Foi uma conferência provocatória. Abrimos o debate sobre o trabalho nas artes inclusivas e defendemos a ideia de que não estamos a fazer isto apenas para ocupar pessoas – ocupar por ocupar!... –, mas porque refletimos, pensamos sobre as coisas, entretemos e difundimos as nossas criações”, defendeu Mónica Cunha.
Nos jardins da Biblioteca Municipal de Gondomar, na noite de 18 de maio, o «Extremus 2019» encerrou em grande com a apresentação de uma coprodução internacional: «Mapatge del quotidià (mapeamento do quotidiano)», da responsabilidade da Companhia Bancantoh, do «Era uma vez... Teatro», da Associação do Porto de Paralisia Cerebral (APPC) e da Companhia de Artes Performativas «Em Movimento», da APPACDM de Ponte de Lima.
Paralelamente realizou-se o «Extreminhus», um espaço e projeto educativo vocacionado para o público infantil, que este ano apostou na formação e troca de experiências através da realização de vários workshops e da apresentação de peças especificamente delineadas para os mais jovens.
APPC (APPsound e Era uma vez... Teatro), APCC Coimbra (Grupo de Expressão Corporal da URDPII e Orquestra Ligados às Máquinas), APPACDM Ponte de Lima (Companhia de Artes Performativas «Em movimento»), APPACDM Santarém (Teatro Fantasia), Grupo Ceeria, CERCIMA (Movimento Danças Aparte), Companhia Bacantoh, Crinabel Teatro, Grupo de Teatro Alguidar e Indy & Trupe foram os grupos que passaram pelos diversos palcos das cidades de Gondomar, Gaia e Porto.
As anteriores 15 edições do festival traduzem-se em 130 espetáculos e na participação de 95 companhias profissionais e amadoras nas áreas de criação em dança, teatro e música de e para pessoas com deficiência.

Marlene Fonseca/APPC (fotos)

 

Data de introdução: 2019-06-16



















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