JOSÉ FILIPE LUCAS AO SOLIDARIEDADE:

Stella Maris de Buarcos acolhe bem quem vem

José Filipe Lucas, licenciado em História e responsável pelo Stella Maris de Buarcos, garantiu ao SOLIDARIEDADE que a direcção procura sensibilizar os funcionários e colaboradores para a ideia de que a função principal de uma instituição como esta é "acolher bem quem vem, seja de que condição social for, seja de que país for". O mais importante "é que todos sejam bem recebidos", tanto marítimos e seus familiares como outras pessoas, num espaço de convívio e lazer, criado nos anexos da igreja matriz de São Pedro, por iniciativa do seu pároco, padre Carlos Augusto Noronha, também director Nacional da Obra do Apostolado do Mar.

Buarcos é uma vila urbana, "essencialmente piscatória", com homens ainda ligados à pesca do Alto Mar. No entanto, "vai perdendo esse cunho próprio", porque a pesca está a reduzir-se em todo o País, por força das quotas de pesca estabelecidas pela União Europeia. Mesmo assim, esta vila preserva muitas características da gente do mar, gente esta que se identifica com o seu Stella Maris e com as iniciativas promovidas por esta instituição ligada à Obra do Apostolado do Mar, essencialmente integradas nos projectos paroquiais. 

Aberto desde 1986, o Stella Maris é uma oferta de convívio de relevante interesse, onde sobressai um Bar asseado e decorado com muito bom gosto, com Restaurante anexo de igual nível. Móveis antigos, imagem de São Pedro bem emoldurada a marcar o ambiente que ali se oferece, aguarelas e óleos alusivos ao mar, mesas e cadeiras a condizer com todo um aspecto sóbrio, onde se pode experimentar um bem-estar modelar. Iluminação com suporte de candeeiros decorativos enriquece o estilo, onde não falta uma colecção de jornais e revistas, que se apresentam ordenados em escada, como convite a uma reposição depois da leitura. O SOLIDARIEDADE lá estava, como não podia deixar de ser. 

Na zona de refeições, do mesmo estilo, a louça, os talheres e demais apetrechos de mesa, de boa qualidade, não deixam de ser um desafio a quem chega para saborear os pratos típicos desta região costeira. Os preços módicos são garantia de frequência certa, obrigatoriamente ampliada no Verão. 

O responsável por este Stella Maris paroquial frisou, na entrevista que nos concedeu, que a direcção tem em vista, contudo, "desenvolver um projecto que estenda a sua acção até ao Porto Comercial da Figueira da Foz". As infra-estruturas, "nomeadamente espaço e carrinha, existem, mas faltam condições humanas", referiu José Filipe. Aliás, a "pastoral do porto exige alguns cuidados e os voluntários que se disponibilizarem para a ajuda indispensável, tal como eventuais e futuros empregados, têm de saber falar inglês, porque os tripulantes dos barcos falam essencialmente esta língua", acrescentou. 

Com apenas quatro funcionários para a cozinha, bar e restaurante, o Stella Maris de Buarcos também fornece dormidas, em especial na época balnear, enquanto é ponto de encontro de toda a paróquia, com jovens e menos jovens a aproveitarem esta oferta para se ocuparem em passatempos sadios, à sombra do padroeiro São Pedro. Aos sábados, sobretudo, alguns grupos de pescadores jogam e convivem, em salas próprias, para que se sintam mais à vontade, disse-nos o responsável pela instituição. 

Quem chega depara com um complexo em que sobressai a igreja matriz e o Centro Paroquial, uma Instituição Particular de Solidariedade Social, com valências para a infância (Creche, Jardim-de-Infância e ATL), onde são atendidas 160 crianças. O exterior, cuidadosamente arranjado, casa muito bem com um interior de semelhante qualidade e do mesmo bom gosto. 

Quanto a respostas sociais para pessoas e famílias da paróquia, José Filipe frisou ao SOLIDARIEDADE que "lhes prestam todo o apoio possível, na linha do encaminhamento para outras instituições da vila, especialmente Cáritas e Misericórdia, com quem colaboram, sempre que necessário". 

O Stella Maris de Buarcos basta-se a si próprio, "porque a filosofia seguida é não gastar mais do que aquilo que se ganha", não havendo qualquer subsídio ou apoio estatal. Mas se ele viesse, seria bem-vindo, pois há o interior do edifício anexo à igreja matriz ainda por acabar, por reais dificuldades financeiras, salientou José Filipe Lucas.

 

Data de introdução: 2005-05-27



















editorial

NOVO CICLO E SECTOR SOCIAL SOLIDÁRIO

Pode não ser perfeito, mas nunca se encontrou nem certamente se encontrará melhor sistema do que aquele que dá a todas as cidadãs e a todos os cidadãos a oportunidade de se pronunciarem sobre o que querem para o seu próprio país e...

Não há inqueritos válidos.

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Em que estamos a falhar?
Evito fazer análise política nesta coluna, que entendo ser um espaço desenhado para a discussão de políticas públicas. Mas não há como contornar o...

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Criação de trabalho digno: um grande desafio à próxima legislatura
Enquanto escrevo este texto, está a decorrer o ato eleitoral. Como é óbvio, não sei qual o partido vencedor, nem quem assumirá o governo da nação e os...