PSD COM PIOR RESULTADO DESDE 1983

PS conquista maioria absoluta

O PS alcançou nas legislativas antecipadas a sua primeira maioria absoluta em 30 anos de democracia, inflingindo ao PSD o pior resultado desde 1983. A inversão da tendência de queda da CDU e a quase triplicação dos deputados do Bloco de Esquerda foram outras notas dominantes das eleições.

A noite de domingo ficará também marcada pela demissão de Paulo Portas da liderança do CDS-PP, depois de os populares não terem ido além dos 7,26 por cento dos votos, passando de terceira para quarta força política no Parlamento, com apenas doze deputados.

José Sócrates foi o grande vencedor da noite eleitoral, alcançando não só a maioria absoluta que pediu durante toda a campanha (elegeu já 120 dos 230 deputados), como conseguiu a vitória do PS em todos os círculos eleitorais do país, à excepção de Leiria e Madeira.

Com 45,05 por cento, os socialistas registaram a terceira maior votação de sempre num só partido, só superada pelas maiorias absolutas do PSD de Cavaco Silva em 1987 (50,2 por cento) e 1991 (50,6).

Jerónimo de Sousa, que substituiu Carlos Carvalhas na liderança do PCP em Dezembro do ano passado, foi outro dos vencedores da noite. A CDU inverteu a tendência de queda que vinha registando desde 1985, ao alcançar 7,57 por cento dos votos, mais meio ponto percentual do que em 2002. Os 14 deputados eleitos permitem à coligação PCP-PEV reassumir-se como a terceira força mais votada do hemiciclo.

O Bloco de Esquerda, que conquistou 6,38 por cento dos votos, conseguiu eleger oito deputados (contra os actuais três), apesar de continuar a ser o mais pequeno grupo parlamentar da Assembleia da República. Ainda assim, os bloquistas não conseguiram impedir a maioria absoluta do PS - um dos objectivos a que se tinha proposto.

A noite eleitoral fica, assim, marcada por uma vitória de todos os partidos da esquerda e por uma derrota das formações que integram a actual coligação governamental, cuja soma não chega a atingir os 36 por cento.

Contudo, ao contrário de Paulo Portas, o presidente do PSD, Pedro Santana Lopes, vai manter-se no cargo, apesar de ter anunciado a convocação de um congresso extraordinário. Os 28,69 por cento de votos conquistados pelo PSD foram classificados de "derrota histórica" por vários dirigentes do PSD, que vieram já exigir uma renovação profunda do partido.

 

Data de introdução: 2005-02-28



















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