OPINIÃO

Desafios para resolver

No ano de 2004, terminou oficialmente, na África do Sul, o famigerado regime do apartheid. Tratou-se certamente, e por muitas razões, de um dos acontecimentos mais marcantes da segunda metade do século vinte, no continente africano e no mundo. O que aconteceu naquele país, antes e depois, transformou um homem, Nelson Mandela, numa das grandes figuras da história da Humanidade. Sobretudo porque ele conseguiu esse milagre, sem que tivesse acontecido um banho de sangue.
Dezoito anos volvidos, a imagem internacional da África do Sul é bem diferente, mas o mesmo não se pode dizer, em sentido pleno, do seu retrato económico e social, a nível interno. O actual presidente da república, Azuma, reconheceu, há dias, que o fim do regime racista não acabou com a pobreza, com o desemprego e com as desigualdades, não obstante os progressos que o país conheceu, também nestas áreas.
Segundo o último censo, levado a cabo há muito pouco tempo, o rendimento médio auferido pelos brancos é seis vezes superior ao dos negros, ou seja, trinta e dois mil euros, dos brancos, contra cinco mil e quinhentos, dos negros. Mas, à frente destes vêm ainda os mestiços e os sul-africanos de origem indiana. Para completar este quadro sombrio, o número de barracas, na sua enorme maioria associadas aos negros, é ainda de dois milhões!
É verdade que, coincidindo com o fim do apartheid, a África do Sul conheceu uma expansão extraordinária da SIDA, embora hoje se possa dizer que o ritmo dessa expansão já foi sustido. Se tal não acontecesse, a população do país iria diminuir a um ritmo alarmante: se, em 2006, era de 44 milhões, em 2025, seria de 35 milhões. Mas esse risco parece agora ultrapassado.
Ultrapassado parece não estar ainda o problema da violência que afecta gravemente a segurança das pessoas e de que os portugueses residentes naquele país têm uma amarga experiência. Agora, já não é possível atribuir a origem deste fenómeno à repressão dos brancos. O que se passou muito recentemente na greve das minas de Marikana é apenas o exemplo mais recente e mais chocante.


José da Silva

 

Data de introdução: 2012-11-22



















editorial

ELEIÇÕES

Com as eleições legislativas, autárquicas e presidenciais à porta, nunca é demais lembrar a importância do ato eleitoral, até porque a abstenção tem vindo a aumentar em Portugal como temos assistido nas várias...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

O voluntariado reforça a solidariedade das IPSS
A identidade das IPSS é a solidariedade. Nem todos poderão ter a mesma ideia sobre este valor humano nem a prática da mesma é igual. Até agora, não encontrei um...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

A minha migalha de consignação de IRS é para quê?
Este ano podemos consignar um por cento do nosso IRS a uma entidade de natureza social, ambiental, cultural ou religiosa, o dobro do que podíamos fazer anteriormente. Não é uma quantia...