SAÚDE

O Estado gastou com cada cidadão perto de mil euros em saúde

O Estado gastou cerca de nove por cento do Produto Interno Bruto em Saúde entre os anos 2000 e 2003, sendo que em 2003 foram gastos 12.732 milhões de euros, indicam dados do Instituto Nacional de Estatística. Um estudo do Instituto Nacional de Estatística (INE) indica que em 2003 foram gastos com cada cidadão 923,90 euros em cuidados de saúde, estimando-se que cada pessoa tenha gasto 349,32 euros com despesas privadas relacionadas com a saúde.

Os dados foram divulgados no âmbito do primeiro seminário sobre a Conta Satélite da Saúde, que tem como objectivo avaliar os recursos económicos disponíveis no país para a utilização na prestação de serviços de cuidados de saúde.

Presente na apresentação do estudo, o secretário de Estado da Saúde, Francisco Ramos, realçou a importância da conta satélite numa altura em que se discute o modelo de financiamento da Saúde.

De acordo com os dados divulgados, a despesa de saúde representou cerca de 8,8 por cento do PIB em 2000, tendo o seu peso aumentado para 9,3 por cento em 2003.

Entre 2000 e 2003, anos sobre os quais se debruça o estudo, a despesa pública total em saúde representou entre 72 e 73 por cento da despesa total, equivalendo a 7.845,7 milhões de euros em 2000 e a 9.238,9 milhões de euros em 2003.

A despesa do sector privado atingiu os 2.968,9 milhões de euros em 2000, representando 27,5 por cento do total, enquanto em 2003 o valor foi de 3.493,2 milhões de euros, o que significa um aumento de 27,4 por cento.

O Estado gastou em 2003 com cada cidadão 923,90 euros em cuidados de saúde, estimando-se que cada pessoa tenha gasto 349,32 euros com despesas privadas relacionadas com a saúde.

Estes valores têm vindo a aumentar desde o início do estudo (2000), apontam os dados divulgados. O estudo mostra ainda que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) é
o responsável por mais de metade da despesa total em saúde (60 por cento em 2000 e 2003 e 59 por cento em 2001 e 2002). Em 2003, a despesa do SNS em hospitais públicos e privados ascendeu a 3.865 milhões de euros, equivalente a cerca de 52,4 por cento do total da sua despesa corrente, ligeiramente menos que em 2002
(53,9 por cento).

Quanto à despesa privada das famílias, os dados mostram que as despesas em farmácias cresceram 7,5 por cento e 8,5 por cento em 2001 e 2002, respectivamente, diminuindo 4 por cento em 2003.

Ainda quanto às farmácias, o estudo revela que o SNS foi o principal agente financiador da despesa, seguido das famílias.

A criação da conta satélite da saúde foi suscitada para dar resposta ao pedido de dados numéricos a entidades como a Organização Mundial de Saúde (OMS), Eurostat, e OCDE. O estudo apresentado hoje foi realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), pelo Instituto de gestão Informática e Financeira da Saúde (IGIF), a Direcção-Geral da Saúde (DGS) e pela Direcção-geral de Estudos e Previsão do Ministério das Finanças e da Administração Pública.

10.04.2006

 

Data de introdução: 2006-04-10



















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