O presidente da União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social de Évora admitiu existir um "sentimento de algum pânico" nestas instituições na região, devido ao surto de covid-19 num lar em Reguengos de Monsaraz.
"Neste momento, achamos que há necessidade de descer concretamente ao terreno e perceber" qual a situação nas Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) "porque há um bocadinho o sentimento de algum pânico desde que aconteceu esta situação em Reguengos de Monsaraz", disse Tiago Abalroado.
O interlocutor da CNIS na região do Alentejo para este período da pandemia da doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 reconheceu à agência Lusa que existe alguma preocupação entre as IPSS devido ao foco de covid-19 no Lar da Fundação Maria Inácio Vogado Perdigão Silva (FMIVPS), surgido há precisamente uma semana.
Antes deste surto, não tinha "havido nenhum caso assinalável" numa IPSS na região, com exceção de uma situação anterior num lar igualmente em Reguengos de Monsaraz, na localidade de Campinho, onde duas funcionárias estiveram infetadas, lembrou.
"Só tivemos aquele caso no Campinho, mas as duas funcionárias foram logo para casa e, depois, não teve qualquer repercussão no quotidiano da instituição", sublinhou.
O presidente da União Distrital das IPSS (UDIPSS) de Évora, argumentou que, por isso, o atual surto da doença em Reguengos de Monsaraz, com 114 casos ativos -- 92 na FMIVPS e 22 na comunidade -- e que já provocou a morte de um idoso no lar, "é talvez o primeiro caso de todo o Alentejo que tem esta expressão e aconteceu concretamente numa Instituição Particular de Solidariedade Social".
A evolução da situação pandémica no Alentejo vai ser abordada, na sexta-feira à tarde, numa reunião online com a participação das IPSS dos distritos de Évora, Beja, Portalegre e do litoral alentejano, no distrito de Setúbal.
O encontro, no qual estão "já inscritas 80 das cerca de 120 IPSS" alentejanas associadas da CNIS, é promovido pela Uniões Distritais das IPSS de Beja, Évora, Portalegre e Setúbal.
"Ainda esperamos mais inscrições, visto que estas estão abertas até à hora do início da reunião", disse à Lusa Tiago Abalroado, explicando que a ideia é "fazer o diagnóstico da situação vivida no passado e da atual e ouvir as instituições".
"Queremos também perceber quais é que são as medidas que estão a ser tomadas, ajudar a minimizar lacunas e traçar uma estratégia concertada para ultrapassar dificuldades", disse, realçando que "preocupa muito o estado anímico e psicológico dos utentes, podendo ser estudada uma solução partilhada para um maior apoio psicológico".
Portugal contabiliza pelo menos 1.549 mortos associados à covid-19 em 40.415 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
No Alentejo, segundo a DGS, há 409 casos de infeção confirmados e registo de três mortos associados à covid-19.
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