ANGOLA

Febre hemorrágica já matou 117 pessoas

A febre hemorrágica provocada pelo vírus de Marburg provocou 117 mortes em Angola, num total de 124 casos registados até segunda-feira, todos com origem na província do Uíge. "De Outubro de 2004 até 28 de Março de 2005, foram registados um total de 124 casos e 117 óbitos, todos tendo como origem a província do Uíge", refere um comunicado conjunto do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgado na capital angolana.

O comunicado salienta que técnicos do Ministério da Saúde, da OMS, do Centro de Controlo de Doenças de Atlanta e dos Médicos Sem Fronteiras de Espanha e da Holanda estão a trabalhar com vista a controlar a epidemia, cujo foco foi localizado na cidade do Uíge, capital da província com o mesmo nome, no norte de Angola. Entre as medidas em curso, destacam-se a vigilância epidemiológica activa para o controlo de todas as pessoas que tenham tido contacto com doentes, a criação de condições logísticas para o controlo dos focos de infecção, a formação de equipas médicas e de laboratório para maior segurança no manuseamento de casos e o desenvolvimento de acções de mobilização social.

Por outro lado, o comunicado refere que foram "criadas equipas de vigilância epidemiológica para detectar a importação de casos suspeitos de febre hemorrágica nas províncias de Luanda e Cabinda". "As pessoas que tiveram contacto com doentes ou cadáveres suspeitos de febre hemorrágica viral de Marburg devem ser submetidas à observação médica por um período mínimo de 21 dias", alerta o documento.

No mesmo sentido, o Ministério da Saúde de Angola "recomenda a todas as pessoas que tenham estado na província do Uíge nas últimas duas semanas e que apresentem febre alta súbita ou vómitos e diarreia que procurem assistência imediata na unidade de saúde mais próxima". Por outro lado, recomenda ainda que "estas pessoas não devem deslocar-se para o exterior do país".

Em Luanda, a Direcção Provincial de Saúde anunciou a criação de um sistema de alerta rápido para detectar casos suspeitos da febre hemorrágica provocada pelo vírus de Marburg, disponibilizando seis números de telefone para contactos. Com esta iniciativa, as autoridades sanitárias da capital angolana esperam que a população comunique o mais rapidamente possível a existência de qualquer caso suspeito desta doença.

Na capital angolana já ocorreram duas mortes provocadas pelo vírus de Marburg, ambas em doentes infectados no Uíge, encontrando-se actualmente internadas outras quatro pessoas suspeitas de terem sido infectadas com o mesmo vírus.

A febre hemorrágica que está a afectar a região do Uíge tem como principal vector o macaco verde, sendo o contágio feito através dos fluidos corporais, como o suor, a saliva ou o sémen, de indivíduos infectados. Trata-se de uma infecção viral, do grupo de radovírus, da mesma família do ébola, que se manifesta clinicamente por uma síndrome febril hemorrágica.

Os seus primeiros sintomas são dores de cabeça e musculares, febre alta, indisposição, vómitos, diarreia e náuseas, o que tem originado alguma confusão com a malária, surgindo as hemorragias ao fim de cinco a sete dias.

A OMS e o Ministério da Saúde já declararam a existência de uma epidemia de Marburg em Angola, especialmente na província do Uíge, tendo ainda colocado em alerta o sistema de vigilância epidemiológica nas vizinhas províncias do Zaire, Cuanza Norte, Malange e Cabinda.
Esta doença é considerada rara e de alta contaminação, apresentando uma taxa de mortalidade superior a 80 por cento.

 

Data de introdução: 2005-04-01



















editorial

NO CINQUENTENÁRIO DO 25 DE ABRIL

(...) Saudar Abril é reconhecer que há caminho a percorrer e seguir em frente: Um primeiro contributo será o da valorização da política e de quanto o serviço público dignifica o exercício da política e o...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Liberdade e Democracia
Dentro de breves dias celebraremos os 50 anos do 25 de Abril. Muitas serão as opiniões sobre a importância desta efeméride. Uns considerarão que nenhum benefício...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Novo governo: boas e más notícias para a economia social
O Governo que acaba de tomar posse tem a sua investidura garantida pela promessa do PS de não apresentar nem viabilizar qualquer moção de rejeição do seu programa.