O novo ano escolar

csocial.souto@clix.pt

Hoje, a discussão à volta dos problemas da infância e da juventude, mais do que nunca assume um papel fundamental não só pela sua actualidade como pela sua importância. 

Constatamos, com agrado, que o actual governo, ao criar o Ministério da Solidariedade, lhe quis chamar Ministério da Segurança Social, da Criança e da Família. Este Ministério, assim chamado, deve assumir toda a política à volta da criança, quer no que diz respeito à protecção, quer no apoio à família. 

Solidariedade, Criança, Família, três conceitos complementares que encerram uma preocupação de uma sociedade moderna, alicerçada na defesa e protecção das crianças, da família, de uma sociedade mais solidária. As IPSS têm, ao longo dos anos, desenvolvido a sua actividade no apoio à família e protecção à criança através de diferentes respostas sociais, creches, jardins de infância, A.T.L., lares de crianças e jovens. 

Recentemente, com a assinatura do protocolo de cooperação entre o Estado e a CNIS, definiu-se um novo caminho, o da diferenciação positiva, com vista a uma resposta com mais qualidade para as creches. Qualidade que todos desejamos e queremos.
Não posso deixar de lembrar os erros que se cometeram com o pré-escolar e afirmar que devemos continuar a aprofundar, a aplicar aquilo que hoje é estratégia de cooperação para as creches. 

Parece-me difícil falar do A.T.L., pois aquilo que eram actividades de tempos livres, (e leia-se actividades fora e diferentes das actividades escolares), hoje as crianças ou continuam no mesmo espaço ou mais não fazem do que um prolongamento do tempo escolar com todas as consequências que isto acarreta, mas tão apetecível ao poder local. Facilita a vida da família, mas assusta e agrava a situação da criança. 

Os números do insucesso e do abandono escolar preocupam qualquer cidadão responsável e, como tal, novo desafio se coloca às IPSS. Como encontrar formas de responder favoravelmente às necessidades de apoio à Família criando valências para crianças que não estão abrangidas pelo A.T.L. tradicional?

Aproxima-se o início de um novo ano escolar, as IPSS estão preparadas para os desafios de acordo com aquilo que são os seus valores, contribuindo para um País melhor.

* Direcção da CNIS

Solidariedade
, Setembro de 2004

 

Data de introdução: 2004-11-21



















editorial

SUSTENTABILIDADE

Quando o XXIV Governo Constitucional dá os primeiros passos, o Sector Social Solidário, que coopera com o Estado, deve retomar alguns dossiers. Um deles e que, certamente, se destaca, é o das condições de sustentabilidade que constituem o...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Agenda 2030 e as IPSS
Em Portugal é incomensurável a ação que as cerca de 5 mil Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) existentes, têm vindo a realizar.  As...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

A gratuitidade das creches entre o reforço do setor social e a privatização liberal
 A gratuitidade das creches do sistema de cooperação e das amas do Instituto de Segurança Social, assumida pela Lei Nº 2/2022, de 3 de janeiro, abriu um capítulo novo...