PORTO

Polémicas da Misericórdia nas mãos do bispo

O novo bispo da diocese portucalense, D. Manuel Clemente, reuniu-se, ontem, com responsáveis da Misericórdia do Porto com um propósito comum encontrar uma "solução equilibrada" para terminar com as velhas polémicas de poder na secular instituição.

"Já não é sem tempo", comentou, ao JN, um membro da Irmandade. Dois anos depois do cónego Ferreira dos Santos ter sido chamado pela Igreja a assumir funções, em virtude do acto eleitoral ter sido impugnado pela lista A (cuja vitória recaiu na lista B, liderada pelo ex-provedor José Luís Novaes) um recente acórdão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) remete para a Igreja a decisão de derimir o diferendo . "Já se vê uma luz ao fundo do túnel, mas temos de ser cuidadosos", resumiu, ao JN, o cónego Ferreira dos Santos.

No seio da Irmandade, porém, existe um rosário de críticas "O acórdão veio ajudar à clarificação e contribuir para terminar o impasse da Misercórdia. A minha lista (B) ganhou as eleições e como tal, devemos tomar posse o mais rapidamente possível. O que aconteceu nestes últimos tempos foi uma grave injustiça", adiantou José Luís Novaes, ex-provedor da instituição.

O antigo mesário Nuno de Lacerda, também lamentou a "indefinição" e a "paralisia" vividas na instituição "A Misericórdia vive dias de ocupação. Não se percebe como foi possível uma lista [de José Luís Novaes) ter ganho de forma expressiva as eleições e por um mero expediente burocrático não ter tomado posse. Quem perdeu foi a Misericórdia".

O médico Guimarães dos Santos (ex-provedor e candidato derrotado nas últimas eleições) também deposita nas mãos do bispo do Porto a benção para a resolução do diferendo "Tenho esperança que, a breve prazo, o problema esteja terminado. Sou um homem de fé", disse.

Outro mesário atento ao "evoluir da situação" é o gestor António Tavares. Fazia parte da lista vencedora e como o caso subiu para alçada dos tribunais, viu-se impedido de tomar posse.

Quase três anos depois das últimas eleições, admite dois cenários para a resolução das polémicas "Como a lista B ganhou de forma eloquente, o bispo do Porto devia dar-nos posse e assegurar o regular funcionamento da instituição. Caso tal não aconteça, devemos ir a votos e observar com rigor os cadernos eleitorais", lembrou. Os dias de incerteza continuam.

16.05.2007 Fonte: Jornal de Notícias







 

Data de introdução: 2007-05-16



















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