IPSS COM CASOS DE COVID-19

Lares de idosos começam a ter carência de trabalhadores disponíveis

Portugal tem 14 mortes associadas ao vírus da covid-19 confirmadas e 1.600 pessoas infetadas, segundo o boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS) apresentado às 12 horas de domingo, 22 de Março, com dados referentes até às 24:00 de sábado.
Estão confirmadas cinco mortes na região Norte, quatro na região Centro, quatro na região de Lisboa e Vale do Tejo e uma no Algarve, revela o boletim epidemiológico divulgado,
De acordo com os dados da DGS, há mais 320 casos confirmados de infeção com o novo coronavírus, que provoca a doença covid-19, do que no sábado. E há quatro casos de infeção por coronavirus em IPSS, dois na Região Norte outros dois nas Região de Lisboa e Vale do Tejo. 

Um lar em Cavalões, Vila Nova de Famalicão, com 33 utentes, está sem funcionários a trabalhar, depois de oito terem realizado testes positivos para a covid-19. De acordo com a proprietária e gerente da Residência Pratinha, um lar privado, Teresa Pedrosa, os 18 funcionários daquele lar estão “ou com teste positivo ou em quarentena”, estando os 33 utentes a ser acompanhados por ela, a directora técnica, “que está grávida”, e uma enfermeira.
“Queremos ajuda, que reintegrem os utentes ou nos arranjem pessoas para nos ajudar”, afirmou Teresa Pedrosa em declarações à Lusa, explicando que já entrou em contacto com a Segurança Social, a delegada de saúde e a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão.
Segundo Teresa Pedrosa, a Segurança Social disse que “como é um lar privado, o caso tem que ser tratado com a Saúde Pública”. “A delegada de saúde disse que temos que ficar as três com eles. O que é impossível”, afirmou.
O mais velho dos utentes tem 94 anos e o mais novo 55, “mas tem VIH”. “São pessoas de alto risco”, alertou.

Esta é uma situação, num lar privado, que poderá repetir-se noutras localidades e também em IPSS nas valências de ERPI (Equipamentos Residencias para Idosos). A devido tempo as instituições foram instruídas para elaborarem planos de contingência que previam a carência de pessoal por causa da epidemia de coronavírus. Mas, mesmo assim, há situações que podem ultrapassar toda a capacidade de previsão. O Presidente da CNIS, padre Lino Maia, admite que a solução não é fácil. “Há uma solução, a que as IPSS já estão a recorrer, de acordo com os planos de contingência, que são trabalhadores de outras valências que estão em serviços mínimos ou mesmo encerradas, que podem ser transferidos para os lares. Muitos trabalhadores estão a compreender a necessidade e aceitam essas funções de crise.”
Lino Maia admite que esgotada esta hipótese há ainda o recurso a voluntários: "Nos casos em que os lares fiquem sem funcionários para trabalhar por estarem infetados ou de quarentena, é importante que estes trabalhadores possam ser substituídos, em caso de necessidade, por voluntários, os sindicatos compreendem isso e é uma das medidas que tem que ser aplicada, muito embora seja, de facto, muito difícil a sua implementação até porque todas as pessoas estão com receio.”

A ministra da Saúde e a Diretora-Geral da Saúde defendem que nestes casos as comunidades locais devem ter um papel primordial.E as soluções têm que ser encontradas caso a caso com recurso às forças vivas que pode muito ser o INEM, estruturas privadas de saúde, Câmaras Municipais, paróquias, etc. Afirma a ministra Marta Temido que as soluções devem ter em conta a "proximidade, facilidade e rapidez de resultados".

 

Data de introdução: 2020-03-22



















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