9.º SEMINÁRIO FUNDRAISING

Saber pedir é essencial no sucesso da angariação de fundos

A Fundação Calouste Gulbenkian acolheu, no passado dia 21 de abril, o 9.º Seminário Fundraising Call to Action, iniciativa que se saldou por mais um êxito, como referiu, ao SOLIDARIEDADE, uma das organizadoras.
“No fim deste dia, mais do que tudo, estou muito orgulhosa”, começou por dizer Madalena da Cunha, uma das três «mosqueteiras» da Call to Action, explicando porquê: “Foi um evento em que se viu, desde o início do dia, que as pessoas estavam muito satisfeitas, valorizaram muito todos os temas que partilhámos e valorizaram imensíssimo os oradores. E sabemos que um seminário destes vale pelos oradores que tem e muitas vezes não é fácil chegarmos aos melhores”.
Entre os oradores convidados, a estrela maior da nona edição foi Simone Joyaux, que evidenciou um dom especial para cativar e agarrar a atenção da plateia. Nas três intervenções que teve ao longo do dia de trabalho, a keynote speaker do seminário foi, para além de bastante substancial nos conteúdos que apresentou, um exemplo vivo de entusiasmo ao falar de angariação de fundos, algo que contagiou os participantes.
Ao longo do dia e dos diversos painéis, os presentes não só recolheram informação preciosa de como abordar o fundraising e a sua implementação, como ainda tomaram contacto com alguns casos concretos partilhados por quem os pôs em prática.
Nada como o exemplo para melhor se perceber uma prática. E neste particular destaque para os casos apresentados pela Associação Salvador e pelo Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA): o primeiro, numa perspetiva mais digital, intitulado «Fundraising Online: o efeito multiplicador da era digital» e, o segundo, sobre a experiência pioneira em Portugal que foi a aquisição pelo MNAA de um quadro através da venda na internet de pixéis da própria pintura de Domingos Sequeira («Vamos pôr o Sequeira no lugar dele»).
Entre as muitas ideias passadas à plateia – nesta edição menos numerosa do que em 2016 –, Ben Swart, responsável por novas angariações de empresas da NSPCC (National Society for the Prevention of Cruelty to Children), sublinhou a importância de identificar muito bem os alvos para que a angariação seja eficaz e não se ande a perder tempo com destinatários errados.
Nesse sentido, para Ben Swart é necessário estar atento a três situações: “Encontrar uma ligação com a empresa, ter persistência, paciência e charme na abordagem; ter uma missão/projeto e usar especialistas; e na instituição ter quem se torne um especialista em fundraising, que saiba ouvir e contar histórias”.
O dia de trabalho na Gulbenkian foi repleto de dicas para se angariar novos doadores e, mais importante, para fidelizá-los, encerrando o seminário com nova alocução de Simone Joyaux sobre o ato de pedir.
Para a especialista em fundraising, há quatro regras que todos devem seguir: “Identificar aqueles que estão interessados na causa/projeto; conhecê-los melhor para saber se realmente estão interessados; se sim, pedir; se não deixá-los em paz”.
Aliás, “não massacrar o doador é muito importante, mas deve insistir-se, usando sensibilidade e bom senso”, para além de que “não se pede sem se ter a certeza que o doador está pronto para o pedido”, sustentou Simone Joyaux.
No final, Madalena da Cunha estava mais convicta ainda que o 9.º Seminário da Call to Action foi de grande utilidade para os presentes: “Senti também que o fundraising é um tema de enorme relevância, que fora de Portugal tem estado a desenvolver-se imenso e nós, portugueses, temos um enorme potencial para crescer. Não tenho dúvida que Portugal tem muitos doadores, pessoas que querem apoiar causas e, por isso, só temos que ir… pedir”.

 

Data de introdução: 2017-05-11



















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