CIÊNCIA

Doentes de Alzheimer com nova esperança

Uma nova descoberta sobre a função cognitiva dos neurónios no cérebro poderá "devolver" memória a pessoas com Alzheimer ou que tenham sofrido danos cerebrais, segundo um estudo publicado pela revista Nature. O resultado da investigação revela que a capacidade de reconhecer pessoas, edifícios e lugares, objectos e nomes depende de um só neurónio e não do trabalho de vários.

Até agora pensava-se que as células cerebrais, sozinhas, funcionavam como uma espécie de "interruptor" eléctrico que enviava uma série de mensagens que se interligavam. Mas um grupo de cientistas da Universidade da Califórnia e do Instituto Tecnológico da Califórnia, ambos em Los Angeles, descobriram que a sua função é muito mais complexa. "Descobrimos que os neurónios podem funcionar como um computador sofisticado", afirmou Christof Koch, um dos responsáveis pelo estudo.

Os peritos acreditam que esta descoberta sirva para construir "próteses cognitivas que executem as funções perdidas devido a danos cerebrais e doenças como a de Alzheimer". Os cientistas realizaram a investigação em cérebros humanos, com doentes voluntários, o que lhes conferiu uma dimensão não alcançável em experiências com animais. "Foi uma ferramenta de valor incalculável para desvendar os mistérios neuronais de forma mais rigorosa e eficiente", assinalou Itzhak Froed, cientista da Universidade da Califórnia.

Vários pacientes com epilepsia acederam a participar na experiência, que consistiu em ligar-lhes eléctrodos ao cérebro para registar a sua reacção durante o reconhecimento de imagens. Os investigadores examinaram as respostas registadas no lóbulo temporal, que desempenha um papel chave na memória humana e é o principal afectado na doença de Azheimer.

Foi pedido aos pacientes que olhassem para uma série de imagens de pessoas famosas, monumentos, animais e objectos. Num dos testes, o mesmo neurónio de um dos pacientes reconheceu todas as imagens da actriz norte-americana Jennifer Aniston, mas, pelo contrário, não reagiu a outras caras famosas e pessoas comuns. O mesmo neurónio não reconheceu Aniston em fotos em que estava acompanhada do actor Brad Pitt, seu ex-marido.

Noutro paciente, um dos neurónios reagiu a fotos da Ópera de Sydney (Austrália) e às palavras "Opera de Sydney", mas não a outras palavras, como por exemplo "Torre Eiffel" (Paris). "A percepção dos neurónios como ´células pensantes´ é um passo em frente na decifração do código cognitivo do cérebro", escreveu Fred no artigo. Esta descoberta, acrescenta, abre caminho a que, com o tempo, se possa criar substitutos destas células para substituir a sua função.

 

Data de introdução: 2005-07-03



















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