ESTUDO PORTO SOLIDÁRIO - DIAGNÓSTICO SOCIAL DO PORTO

Aumentou o número de mulheres e de crianças sem-abrigo no Porto

Num contexto de crise socioeconómica, o Porto registou, recentemente, "um aumento significativo do número de pessoas que pedem ajuda na rua". Além do crescimento dos chamados sem-abrigo, verificou-se também "um aparecimento de mais crianças e mulheres" nesse grupo. Esta é uma das conclusões constantes do sumário da versão provisória do Porto Solidário - Diagnóstico Social do Porto, elaborado pela Universidade Católica e que analisa o período compreendido entre Setembro de 2008 e Junho de 2009.

O surgimento de mais crianças e mulheres, avisa o relatório, "configura uma tendência de mudança no perfil tradicional da pessoa sem-abrigo identificado anteriormente em sede de pré-diagnóstico [tornado público em Julho de 2008]". O relatório provisório nota que o Porto "possui um conjunto de respostas sociais suficientemente variadas e eficazes para fazer face às necessidades específicas das pessoas sem-abrigo". Porém, foram detectadas debilidades ao nível da "coordenação técnica das equipas de rua, combinação de recursos e partilha de informação", bem como na "formação pedagógica e ética dos técnicos e voluntários".

Noutro ponto do documento, verifica-se que, no Porto, "grande número de pessoas com deficiência vive a cargo das respectivas famílias, ficando estas excessivamente penalizadas em todos os aspectos, a começar pelo financeiro". O que leva os autores do estudo a propor "a criação, a par de outras iniciativas, de "apartamentos de autonomização" e lares residenciais, numa óptica global de diferenciação positiva e de modernização".

O Porto surge definido como "cidade envelhecida", a sofrer perda de população para os concelhos contíguos e até com menos imigrantes, devido à menor oferta de emprego. O concelho regista actualmente "uma taxa bruta de natalidade abaixo da média nacional e uma taxa bruta de mortalidade acima daquela que é apresentada para o resto do país, o que, em conformidade com a tendência internacional, se vem traduzindo num crescimento natural negativo". Para contrariar estes dados, o trabalho da Universidade Católica salienta que "o acolhimento de famílias jovens no centro da cidade constitui um importante eixo estratégico para o futuro".

Ao nível do desemprego, a Região Norte apresenta, nos últimos anos, uma taxa superior à média nacional e "o aumento progressivo do número de pessoas inscritas nos centros de emprego do Porto no ano de 2009 sugere uma tendência de agravamento". O estudo confirma ainda mais pedidos de pensões sociais e de Rendimento Social de Inserção, para além da existência de "um grande número de pobres que trabalham".

Fonte: Público 

 

Data de introdução: 2010-02-26



















editorial

REGIME JURÍDICO DO MAIOR ACOMPANHADO-Conclusões

Seis anos transcorridos sobre o novo regime jurídico do maior acompanhado e a mudança de paradigma que com ele se ambicionava, a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade promoveu um colóquio que decorreu no...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Emudeceu-se a voz mais sonante e credível da fraternidade
Embora consciente de que “o Solidariedade” é um jornal isento de qualquer ideologia, de influências político-partidárias ou de qualquer proselitismo religioso,...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

O apagão mal comunicado
O veredito dos cidadãos espanhóis e portugueses quanto à comunicação dos seus governos sobre o apagão é claramente negativo. Em Espanha, quase 60% dos...