Estreou no passado dia 30 de novembro, perante casa cheia, a mais recente produção do «Era uma vez… Teatro», grupo da Associação do Porto de Paralisia Cerebral (APPC).
A violência sobre as mulheres é o ponto de partida da peça «Feitas de Ferro, desenhadas a carvão». Em cena foram apresentadas as histórias de 10 mulheres que decidem “romper o palco e aumentar as possibilidades de sobrevivência” – despindo aquilo que o coletivo de teatro da APPC retrata como um “silêncio indigno das mulheres maltratadas”.
O espetáculo traduz o silêncio de muitas mulheres que sofrem as atrocidades de uma sociedade ainda demasiadamente machista.
Esta viagem começou a ser preparada há cerca de 10 meses, com os elementos do «Era uma vez... Teatro» a assistirem a filmes, entrevistas e reportagens e a lerem muitas histórias.
E foi assim que, finalmente, “chegaram” ao livro de Carla Maia de Almeida, “Em nome da filha”. Em três dias, no meio de muitos silêncios e de leituras em grupo, tudo ganhou forma. E começaram a moldar estas mulheres “feitas de ferro e desenhadas a carvão”.
Ainda sem novas datas ou locais previstos, a intenção é fazer mais apresentações, que serão anunciadas no momento certo.
A companhia «Era uma vez... Teatro» é um projeto inclusivo que junta pessoas com e sem paralisia cerebral e que pretende sensibilizar a sociedade para as capacidades artísticas das pessoas com deficiência.
Foi em 1997 que este grupo começou a apresentar produções com o objetivo geral do desenvolvimento de atividades no âmbito da sensibilização, formação, pesquisa, experimentação, promoção e produção de eventos artísticos.
Em 2009 a companhia foi galardoada com o Prémio Talma, atribuído a Mulheres, Homens, Organismos e Instituições que, ao longo das suas vidas, prestigiaram o Teatro de Amadores das associações e engrandeceram o movimento associativo.
Já em 2015 ganhou o Prémio Internacional de Inclusão Social na Arte, atribuído pela Fundación Anade (de Espanha).
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