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Família e segurança em debate

"Família XXI – Ilhas de (in)Segurança” é o tema que a Goltz de Carvalho escolheu para o congresso que ontem se iniciou e hoje prossegue no Casino. Um tema actual, até porque, defende António Paredes «sempre que as crises económicas se agudizam, aumenta a pobreza envergonhada e processos de exclusão»

Numa iniciativa da Associação Goltz de Carvalho, prossegue hoje no Casino, o congresso sobre “Família XXI – Ilhas de (in)Segurança”. Hoje, em cima da mesa vão estar temas como “Família, educação, comunidade”, “Família e emoções” e “A família na pós-modernidade”. Temas prementes, até porque, tal como defendeu o presidente da Goltz de Carvalho, com as transformações da sociedade, «o pilar de segurança fundamental, que era a família começa a estar fragilizada». 

António Paredes considera que situações como a precariedade do emprego, associadas à precariedade económica, a entrada da mulher no mercado de trabalho e incapacidade de uma reconciliação com família de forma equilibrada, entre outros factores, «cria-nos instabilidade em que se torna necessário a intervenção do Estado e organização da sociedade civil», para que em conjunto «possam criar mecanismos de promoção de estabilidade e bem estar social». 

Acreditando que fenómenos sociais como a toxicodependência, alcoolismo, violência doméstica, desemprego e sub-emprego e precariedade económica, «levam a um aumento de um número significativo de famílias de risco», António Paredes defende que, para a organização de uma sociedade estável e saudável «precisamos de uma nova ordem familiar, que seja novamente o pilar de segurança e não “ilhas de insegurança”».
A Associação Goltz de Carvalho estende a sua acção a todo o concelho, mas com maior incidência nas freguesias urbanas. Ao todo, refere, “apoiam” cerca de 800 famílias, além de atendimentos «espaçados e pontuais», salientando António Paredes que «sempre que as crises económicas se agudizam, aumenta a pobreza envergonhada e processos de exclusão». 

A sessão de abertura contou com a presença do governador civil, que considerou o tema em análise como «actual, porquanto estamos numa sociedade com uma acentuada crise de valores, de consumismo e materialização de conceitos». Todavia, Fernando Antunes considera que a família, na sua organização nuclear, «só estará em crise se não nos motivarmos em ultrapassar a tal crise de valores. Isso faz-se com aposta extremamente importante na educação». 

Aquele responsável considerou ainda que «ilhas de insegurança há muitas nesta sociedade actual, desde o álcool, à toxicodependência, ao desemprego», cabendo à comunidade em geral e ao Estado «o trabalho de auto-estima e cativação para valores», acreditando que, toda a discussão deste ano em redor da família, vai contribuir para «uma maior consciencialização e vai dar os seus frutos».

 

Data de introdução: 2004-12-09



















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