AJUDA DE BERÇO

Ser Solidário - uma campanha de marca na solidariedade

Azeite e vinho tinto da marca “Ser Solidário”, o pack custa dez euros e ao escolher estes produtos estará a contribuir para ajudar uma instituição particular de solidariedade social (IPSS), que, nesta primeira fase, é a Ajuda de Berço. O projecto “Ser Solidário” é uma iniciativa social destinada a angariar fundos e que recebeu o apoio da Primeira Dama, Maria Cavaco Silva. A grande diferença desta campanha reside no facto de não se basear em peditórios ou donativos, mas numa estrutura que comercializa produtos alimentares da marca “Ser Solidário” nas grandes superfícies ou por encomenda directa à Ajuda de Berço.

Sandra Anastácio, fundadora e presidente da instituição, explica as razões que levaram ao lançamento deste projecto. “Numa altura de crise foi nosso desejo, e porque temos necessidade de dinheiro, criar um produto que fosse útil aos portugueses. É também uma forma de promover produtos nacionais de qualidade e saber que ao comprar a nossa marca está-se a contribuir para ajudar uma causa”, afirma a presidente. A empresa associada a esta campanha é a Portugal Farm que, numa atitude de responsabilidade social, canalizou todo o valor da venda para a instituição.

Ainda numa fase-piloto, a marca “Ser Solidário” terá que ter uma aceitação positiva por parte dos consumidores, pois só assim estará garantido o futuro da acção que será depois alargada a outras IPSS. Sandra Anastácio, explica que “nesta fase o pack só está à venda nos supermercados Corte Inglês ou através de encomenda directa à Ajuda de Berço, mas após o Natal, vamos alargar a outras superfícies comerciais.” Sem um período de vida definido, não é possível prever qual será a próxima IPSS a associar-se ao projecto, sendo que é da responsabilidade da empresa que produz os produtos escolhê-la.

Segundo a presidente da Ajuda de Berço, “é preciso saber pedir e pedir de uma forma credível e profissional”, afirma, lembrando que apesar de toda a visibilidade que a instituição tem, continua a ter várias dificuldades financeiras. “As pessoas têm tendência para pensar que as instituições que têm muita visibilidade social não precisam de ajuda, o que não é verdade. Nós, por exemplo, neste momento não temos dinheiro para pagar o subsídio de Natal aos nossos colaboradores que são cerca de 60”, lamenta Sandra Anastácio. O subsídio estatal que permite a vida desta IPSS apenas cobre um terço das despesas da instituição e “tudo o resto provém de donativos de particulares e empresas”, explica Sandra Anastácio.

Para além deste projecto, a instituição vai também promover uma venda de Natal de 8 a 10 de Dezembro, na Quinta da Encosta, em Sassoeiros (grande Lisboa) sob o lema “Venha comprar os seus presentes e ajudar-nos a dar colo!”. “É, curiosamente, a nossa primeira venda de Natal”, explica a presidente da Ajuda de Berço. “A organização da venda é da responsabilidade de uma revista que todos os anos convida uma IPSS a associar-se e este ano fomos nós”. Sandra Anastácio, considera que “a riqueza da solidariedade social está na partilha, que começa entre as IPSS”. A mascote da instituição, a Colinho, assim como outros produtos de merchadising. Neste sentido, a Ajuda de berço também se associou a um cd de relançamento de um projecto infantil de animação, a Família Galaró”, em parceria com a revista Lux, cuja venda reverte quase na totalidade para a instituição.

A Ajuda de Berço foi fundada em 1998 e acolhe crianças dos 0 aos 3 anos de idade, expostas a situações de risco como maus-tratos, abusos sexuais, abandono, entre outras. Neste momento tem duas casas de acolhimento, ambas em Lisboa, e “dá colo” a 40 crianças. Desde a sua criação já passaram pela Ajuda de Berço cerca de 200 meninos e meninas. Segundo a presidente da instituição, todos os anos ficam em lista de espera cerca de uma centena de crianças, para as quais a Ajuda de Berço não tem capacidade de resposta. O grande objectivo futuro é, segundo a presidente, “manter e melhorar o trabalho que estamos a fazer”. À pergunta “para quando uma nova casa, atendendo a uma lista de espera tão longa, Sandra Anastácio suspira e responde: “Se tivesse dinheiro para fazer, fazia, mas e depois?! Já é tão difícil manter duas casas”.

 

Data de introdução: 2006-12-07



















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