Reflexão

Nas palavras que proferi, aquando da tomada de posse dos novos Corpos Sociais da União, em 6 de Janeiro último, para o triénio 2006/2008, constava a seguinte “ picardia “:
“…Antes de entrar em assuntos que serão do interesse de todos nós, permitam-me uma picardia: na matemática, «papão» para tantos alunos que actualmente frequentam o ensino escolar, existe o método de demonstração por absurdo.

Suponhamos, e só por mera hipótese, que um governo decidia mudar a capital de Lisboa para Vila de Rei ou Oleiros. Daqui passávamos a ter os Ministérios todos, os serviços administrativos e tudo o que gira à volta deles, numa nova cidade capital. Era a riqueza para o interior, era o desenvolvimento económico e social, a cultura palpitava na zona do pinhal; tudo se fazia respeitando o ambiente. Era ver chegar belos comboios TGV, Alfa, ou lá o que quiserem chamar-lhes a trazerem homens de negócios ao nosso mundo interior, ao Portugal profundo.

Uma bela maravilha. Estavam resolvidos os problemas do interior. Já não se voltava a falar em assimetrias regionais, em atraso do interior. Mas e o desenvolvimento social no seu todo? Será que deixávamos de ter Lares, Creches ou o Ensino pré-escolar com a qualidade que lhe é dada pelas Instituições Particulares de Solidariedade Social ( IPSS ) do nosso Distrito Cosmopolita a abarrotar de pessoas endinheiradas, negociantes, admiráveis, espectaculares, trazendo desenvolvimento e novas construções importantes ao interior do País?
Mas a questão não acaba aqui. E os disfuncionais, os marginais, os toxicodependentes que não se adaptam a este tipo de vida, os órfãos, as vítimas de abusos, o que se faria por eles? Até parece que os problemas aumentariam. Não, não se fundaria de raiz a capital no interior do pinhal, no centro do país.

Era absurdo; qualquer Governo chegaria à conclusão que o melhor é deixar as coisas como estão. Porque em primeiro lugar estão as pessoas logo como é demonstrado, a capital ficará em Lisboa e o resto é paisagem. Não há necessidade de mudança da capital. Seria um absurdo e os custos que tal empreendimento megalómano acarretaria…
Esqueçamos e ponhamos bem os pés no chão. Tenhamos fé: existirá sempre quem precise. Vamos ajudá-los….”.

Hoje, como já tinha chegado a essa conclusão há vários anos, pessoalmente estou convicto, como sempre estive aliás, desculpem-me o atrevimento da repetição, que o país só tomará novo rumo e terá progresso e desenvolvimento social, quando a capital sair de Lisboa, mudando-a para o interior do território nacional, seja para os concelhos de Oleiros, Proença-a-Nova, Vila de Rei, Seia ou outro, desde que seja bem no interior do País.

Só assim acabariam as assimetrias regionais, de que se fala há décadas, entre as zonas desenvolvidas, situadas na sua grande maioria no litoral de Portugal “ `a beira mar plantado “. Portugal é um todo e assim deveria ser olhado, pois a época medieval já passou…
Esta mudança, com a criação de uma nova capital de raiz, criaria efectivamente empreendedorismo, novos empregos e riqueza para todas as regiões do nosso querido Portugal.
Seriam abertas ligações, dignas de tal nome às cidades do litoral e, o que seria muito importante, às cidades fronteiriças de Espanha e com facilidade a Madrid.

Com a capital na zona interior, a Formação Bruta de Capital Fixo seria efectiva em todo o interior que alcançaria, enfim, um desenvolvimento sustentado, sem prejuízo para todas as outras cidades existentes, as quais já estão numa dimensão adequada, contribuindo-se para uma saída, ou melhor, para a resolução dos problemas que as maiores actualmente enfrentam.
A partir destas despretensiosas ideias, pense quem de direito, em tudo o que viria de bom para Portugal no seu todo.
Muito haveria para dizer, mas ficamo-nos por aqui.

Covilhã, Maio de 2006

Victor Rechena
victorrechena@gmail.com
uniao.castelobranco@sapo.pt

victor.rechena@netvisao.pt
www.castelobranco.udipss.org

 

Data de introdução: 2006-05-20



















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