EDUCAÇÃO

Qualidade do professor é determinante para sucesso de crianças de risco

Um bom professor no Ensino Básico é determinante para que uma criança de risco tenha um desempenho escolar tão bom como as outras, revela um estudo da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos.

O resultado desta investigação - que vem publicado na edição de Setembro/Outubro do jornal Child Development - mostra que a qualidade das experiências do dia-a-dia nas escolas pode reduzir drasticamente, nos primeiros anos de frequência do ensino, os problemas sociais e académicos das crianças, e até mesmo aproximar alunos com origens e vivências diferentes.

Os investigadores fizeram um estudo a nível nacional com várias crianças e famílias para perceber se a exposição de crianças de risco a um elevado nível de instrução e de suporte emocional no primeiro ano resultavam em maior aprendizagem e menores níveis de conflito com professores.

Primeiro foram identificados dois grupos de crianças de risco: aquelas cujas mães não tinham mais do que a quarta classe e aquelas que apresentaram sérios problemas sociais, de comportamento e de aprendizagem no jardim-de-infância.

Estas crianças de risco estavam atrasadas em relação aos seus pares em termos de aprendizagem precoce aos quatro anos, muito atrás dos colegas no primeiro ano e tinham maiores níveis de conflito com professores. No entanto, nem as crianças com estes dois tipos de risco para problemas escolares apresentaram problemas no primeiro ano.

As crianças cujas mães tinham níveis de educação baixos que foram colocadas em salas de aula com uma má qualidade de ensino revelaram conhecimentos mais pobres do que os colegas que tinham mães mais educadas.

Contudo, em salas de aula que ofereciam maior qualidade de ensino, as crianças com mães de nível de educação baixo alcançaram o mesmo grau de aprendizagem dos colegas com mães licenciadas.

Quanto às crianças problemáticas no jardim-de-infância e que foram colocadas no primeiro ano em classes onde recebiam suporte emocional, apresentaram conhecimentos e níveis de equilíbrio idênticos aos dos colegas sem historial de problemas no jardim infantil.

"Estas descobertas demonstram o potencial das experiências vividas diariamente nas escolas para reduzir drasticamente os problemas académicos e sociais das crianças, e para aproximá-las umas das outras", afirmou Bridget Hamre, cientista investigadora no Centro para Estudos Avançados de Ensino e Aprendizagem da Universidade de Virgínia.

"Infelizmente, a qualidade das aulas é muito variada e de uma maneira geral medíocre", afirmou, acrescentando que "poucas crianças estão constantemente expostas a boa qualidade de ano para ano, mesmo dentro da mesma escola".

"Se as crianças não são sistematicamente expostas a elevados níveis de suporte escolar ao longo do tempo, os efeitos desses estímulos positivos estão condenados a desaparecer a curto prazo", sublinhou.

16.09.2005

 

Data de introdução: 2005-10-04



















editorial

NOVO CICLO E SECTOR SOCIAL SOLIDÁRIO

Pode não ser perfeito, mas nunca se encontrou nem certamente se encontrará melhor sistema do que aquele que dá a todas as cidadãs e a todos os cidadãos a oportunidade de se pronunciarem sobre o que querem para o seu próprio país e...

Não há inqueritos válidos.

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Em que estamos a falhar?
Evito fazer análise política nesta coluna, que entendo ser um espaço desenhado para a discussão de políticas públicas. Mas não há como contornar o...

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Criação de trabalho digno: um grande desafio à próxima legislatura
Enquanto escrevo este texto, está a decorrer o ato eleitoral. Como é óbvio, não sei qual o partido vencedor, nem quem assumirá o governo da nação e os...