DIA DOS AVÓS

Netos actuais conhecem os quatro avós

Por causa do aumento da esperança de vida a actual geração de netos é a primeira a poder conhecer os quatro avós. Segundo uma psicóloga e docente da universidade de Aveiro, a propósito do Dia dos Avós, a melhoria das condições de vida e a juventude de muitos avós portugueses permite que hoje, mais do que nunca, os seniores possam ver crescer os seus netos, participando activamente no seu desenvolvimento.

A propósito do Dia Nacional dos Avós que se comemora terça-feira, Liliana de Sousa, psicóloga e docente da universidade de Aveiro, explicou que conhecer os netos adultos é uma possibilidade recente.

Embora existam poucos estudos científicos sobre a matéria, poderá dizer-se que, em média, as pessoas se tornam avós entre os 50 e os 60 anos. Segundo esta especialista e uma das oradoras do I congresso dos avós que se realizou em Novembro de 2004, os avós modernos podem esperar ter entre duas a três décadas em comum com os netos.

A actual geração de netos é assim a primeira com possibilidade de conhecer os quatro avós, assim como os bisavós, tendo em conta que 20 por cento das mulheres que morrem com 80 anos são bisavós.

Esta nova realidade, defende, traz vantagens a nível emocional por permitir aos netos ter convivência com familiares próximos que contribuem favoravelmente para o seu desenvolvimento. "Partilhar vivências pode ser educativo em ambos os sentidos. Os avós estão mais motivados para a vida e os netos têm mais conhecimento da história e da família", disse. Por outro lado, adiantou, os avós são também um apoio para os pais, um aspecto positivo desta nova realidade desde que não os substitua por completo.

Fernando Ribeiro e Castro, presidente da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, alerta para o perigo desta transferência de poderes. Os avós, defende, têm uma função própria muito diferente do que se espera dos pais, contudo são cada vez mais chamados a ter um papel mais activo na educação das crianças.

O que deveria ser uma situação de excepção, refere, é hoje muito frequente e, na ausência dos pais, os avós acabam por desempenhar esse papel. A criação do Dia Nacional dos Avós foi aprovada na Assembleia da República a 22 de Maio de 2003 por iniciativa da deputada social-democrata Ana Manso.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística a população com mais de 65 anos constitui 16,35 por cento dos portugueses e as pessoas com idades compreendidas entre 50 e 60 anos rondam os 24 por cento.

Um estudo comparativo das Políticas Familiares na Europa dos 15 entre 1990-2004, apresentado recentemente, revelou que Portugal é um dos países da União Europeia (UE 15) onde as famílias monoparentais mais trabalham a tempo inteiro, pelo que os chamados serviços informais de guarda, a família, os avós, são, com vantagens e desvantagens, os mais usados.
As vantagens encontram-se associadas ao facto de esses serviços informais serem geralmente estáveis e não pagos, as desvantagens estão associadas à dependência e obrigação que os pais sentem em justificar as suas vidas aos membros da família que cuidam dos seus filhos.

Quando se faz uma comparação relativamente ao apoio familiar, existem largos contrastes entre o Sul e o Norte da Europa. Em Portugal e em Itália, a solidariedade familiar tende a permitir às mães sozinhas a obtenção de um trabalho, apesar de muitas vezes significar trabalhos pouco qualificados e mal pagos.

Na Finlândia, na França, e no Reino Unido, outros membros da família, muitas vezes as avós maternas, podem ir buscar as crianças no fim do dia à escola ou aos centros de dia ou às actividades extra-escolares com o objectivo de preencher a falha existente entre o fim do expediente dos serviços formais de guarda das crianças e o regresso do pai/mãe do local de trabalho.

 

Data de introdução: 2005-08-03



















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