PATRIMÓNIO DOS POBRES DE ÍLHAVO

Dificuldades financeiras levam à criação da Liga dos Amigos

O grito de alerta foi dado e foi ouvido pela comunidade. O Património dos Pobres de Ílhavo, IPSS ligada à paróquia e que assegura três equipamentos e quatro respostas sociais – Lar de S. José (ERPI e Centro de Dia), Lar do Divino Salvador (Centro de Acolhimento Temporário para mães solteiras e mulheres vítimas de violência) e a Obra da Criança (Lar de Infância e Juventude) –, é um barco a navegar em águas agitadas, muito devido aos encargos que tem que suportar depois das obras de ampliação e requalificação do Lar de S. José.
Como instituição da Igreja que é, foi no seu seio que o apelo dos responsáveis pela instituição primeiro foi ouvido, logo tendo sido dados os primeiros passos para encontrar uma forma de ajudar.
É neste contexto que no arranque do ano de 2018 nasce a Liga dos Amigos do Património dos Pobres de Ílhavo, com o único propósito de encontrar formas de ajudar financeiramente a instituição cujas respostas sociais que promove são, reconhecidamente, deficitárias, pois não tem qualquer comparticipação dos utentes. Falamos do Lar de Infância e Juventude (LIJ) e do Centro de Acolhimento Temporário (CAT).
“O objetivo deste grupo é criar Amigos, que de uma forma solidária e interessados em ajudar, possam contribuir financeiramente para a instituição”, refere Paulo Edgar, diretor-geral da instituição e também ele um Amigo, acrescentando que, para além da quota de um euro por mês, ou seja, 12 euros por ano, os Amigos podem contribuir para projetos concretos.
Isto é, a abordagem da Liga aos Amigos não passa pelo simples pedir dinheiro, mas, primeiro, identificar necessidades e, então, pedir dinheiro para intervenções concertadas e perfeitamente definidas, tais como as que, no momento, estão em causa: criar corrimãos em todos os corredores do Lar; dotar a instituição de modernas ajudas técnicas, em particular para os banhos; ou adquirir equipamentos estimuladores elétricos para a fisioterapia.
“O panorama financeiro é complicado”, assumiu o diretor-geral do Património, porque “até 2020” a instituição tem um encargo mensal com a banca “muito pesado”, fruto de um investimento no equipamento que atingiu os 1,5 milhões de euros.
De momento, com um corpo de cerca de uma centena de funcionários, o Património acolhe no Lar S. José mais de meia centena de utentes, no Lar do Divino Salvador cerca de 30 mulheres e filhos e na Obra da Criança um máximo de 30 menores institucionalizados.
Ouvido primeiro no seio da comunidade mais próxima da Igreja, com grande adesão dos elementos do Grupo de Jovens, o pedido de ajuda da instituição ilhavense tem já chegado a outras franjas da comunidade e, passados dois meses, são já cerca de três centenas os que decidiram juntar-se à Liga dos Amigos do Património dos Pobres de Ílhavo.
Para além disto, Paulo Edgar destaca a solidariedade que existe na comunidade de Ílhavo, tendo a instituição já sido alvo de doações, como do Rotary Clube de Ílhavo que organiza a prova de BTT «Rota do Bacalhau» e cuja verba das inscrições ajudou a remodelar as instalações da Obra da Criança, ou do campeonato de bodyboard, «Miss Activo Cup» que promove a «Onda Solidária», em que por cada onda surfada reverte um euro para o Lar do Divino Salvador.

Pedro Vasco Oliveira (texto e fotos)

 

Data de introdução: 2018-03-08



















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